Depois que Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) tiram Dom (Vin Diesel) da custódia da polícia, eles percorrem diversas fronteiras para evitar as autoridades. Indo parar em um canto do Rio de Janeiro, eles devem executar um último serviço para conquistar a liberdade. À medida que reúnem seu time para o serviço, seus aliados tomam conhecimento de que sair limpo significa confrontar o homem (Joaquim de Almeida) de negócios mais corrupto do Rio de Janeiro que os quer mortos. Como se não bastasse eles têm mais pessoas no encalço. O agente federal Luke Hobbs (The Rock) vem dos EUA com a missão de perseguir Dom e Brian - mas no Brasil ele percebe que não é tão fácil distinguir os mocinhos dos bandidos.
É incrível como de uns dias pra cá o cenário do Brasil tem sido requisitado nos filmes de Hollywood, e com o Velozes e Furiosos 5 não foi diferente, já que o filme foi rodado parcialmente no Rio. Apesar de sofrer irregulares mudanças nas histórias dos outros 4 filmes, Velozes e Furiosos sempre manteve o seu público, que na maioria das vezes são os apaixonados por carro ou pela ação do filme, mas isso não impediu que o filme fosse o mais visto no Brasil (até o momento) -http://bit.ly/mzE66T, mas vamos ao breve comentário sobre o filme.
O roteiro é bastante fraco e você tem que ficar atento já que as falas são em inglês e em português (pra quem gosta de filme legendado). As curtas cenas iniciais servem para reapresentar os personagens e situar o expectador do que esta acontecendo, para que mesmo assim, você não venha entender como os protagonistas foram parar no Brasil.
Então, insistentemente desagradáveis, as consequências da locação hipotética do filme, o Brasil, aparecem. Todas se resumem em duas palavras: preconceito e ignorância. O Leblon, apenas um dos bairros mais nobres da Zona Sul, é o bairro pobre onde ficam uma das bases do vilão, cujas empregadas trabalham só de lingerie. O pior, entretanto, foi a visão passada ao espectador de que no país, ao contrário do que acontece nos EUA, a criminalidade é completamente impune e a polícia não só é inteiramente corrupta, como a sede do batalhão é onde o vilão pode guardar todos os seus dólares (ah, sim, no Brasil, usuários de drogas pagam em dólar, como pude me esquecer?) . O ponto culminante é em uma das cenas em que Hobbs e sua tropa encontram Dom que lhes diz aqui não é a América, é o Brasil e uma multidão aponta armas em direção aos agentes. Pegou mal. E ainda surge o romance não explicado, porém previsível, entre Dominic Toretto e a policial brasileira Helena Neves (Elsa Pataky), unidos na dor da perda do parceiro amado para as forças do mal e pela fé cristã.
Prefiro pensar que o sonoplasta era brasileiro e se aproveitou do desconhecimento da língua portuguesa por todos os seus companheiros de trabalho, porque não consigo acreditar que as músicas foram selecionadas senão com o propósito de denegrir o roteirista e o diretor.
A realidade é que o filme deveria se chamar: - velozes +furiosos, já que as cenas de rachas estão praticamente ausentes e o que ocorre muitas vezes são as perseguições de carros, tiros, socos, ação incessante, e claro, explosões. De modo geral o filme serviu para mostrar que a franquia já está bastante desgastada, tudo nele é repetição. Você que espera um encontro mais digno entre Diesel e The Rock ficará decepcionado e também decepcionará os amantes das corridas clandestinas de carros tunados. Possivelmente agradará aos fãs da série e de Vin Diesel, além dos adeptos incondicionais do gênero ação. Agora uma pergunta que não quer calar: a que horas aquele trem passa na central?
*À propósito, não custa ficar mais um pouco na sala do cinema e ver a cena extra após os créditos. A espera vale a pena.